O empresário David Neeleman, dono da Azul, e novo acionista da aérea TAP anunciou que a companhia portuguesa comprará no mínimo 53 novos aviões da fabricante europeia Airbus. Os novos modelos permitirão à empresa ter um papel mais importante nas rotas transatlânticas entre Lisboa e os Estados Unidos e o Brasil. A novidade é o uso de aviões menores - de um corredor - entre os dois continentes, o que reduzirá custos para a TAP e ainda permitirá aumento do número de destinos e frequências.
Durante entrevista coletiva após a assinatura do contrato de compra de 61% da aérea portuguesa, Neeleman anunciou o plano com o qual pretende reerguer a empresa que sofre com o aumento da dívida e prejuízos. A ideia é renovar a frota para permitir maior número de voos entre Portugal e os Estados Unidos e o Brasil.
Ainda não foi assinado o contrato, mas o consórcio Atlantic Gateway prevê a compra de 14 A330-900NEO - avião de fuselagem larga e dois corredores internos - e 39 aeronaves dos modelos A321NEO e A320NEO - modelos de fuselagem estreita e corredor único. Com esse plano, foi cancelado o antigo pedido de compra de modelos A350 - avião de fuselagem larga, dois corredores e alcance maior que o A330.
A grande novidade desse plano é cruzar o Atlântico com um avião menor: o A321, modelo usado atualmente, por exemplo, pela TAM em rotas domésticas e algumas para a América do Sul. "O A321 nos dará muito mais flexibilidade. A TAP voa para Natal, por exemplo, três vezes por semana. Com o A321, poderá fazer sete vezes por semana", disse.
O novo acionista da TAP explicou que a nova versão de longo alcance do A321 tem autonomia para voar entre Lisboa e diversas cidades no Brasil (como Manaus, Belém, Fortaleza, Recife e Salvador) e nos EUA (como Nova York, Boston, Chicago e Washington). Além disso, o avião também poderá ser usado nas rotas europeias.
Em Lisboa, a TAP poderá levar passageiros norte-americanos e brasileiros para outros destinos europeus, especialmente nos países do sul europeu, como Espanha, França e Itália. "E poderemos alcançar cidades secundárias", disse. A intenção do empresário é transformar Lisboa "no melhor centro de distribuição de voos" para a Europa. "Onde o passageiro faz a conexão mais fácil e rápido", explicou.
Neeleman explicou que optou pelos modelos porque quer "competir no lado do mundo onde pode fazer dinheiro". A frase faz menção à Europa e às Américas. "Infelizmente, todas as empresas que estão indo para o leste estão tendo problemas com a concorrência com as empresas do Golfo Pérsico. Faremos o lado do mundo em que podemos ganhar dinheiro. Não estamos aqui para queimar dinheiro", disse, ao afirmar que um voo entre Lisboa e a China com o A350 "acabaria com o capital da TAP ". "Essa é a realidade", disse.
Fonte: È Mais Que Voar
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