Arquitetos, engenheiros e designers holandeses encontraram uma forma sustentável de reduzir o nível de ruído ao redor de um aeroporto: construíram um jardim. Não é um colorido jardim de tulipas holandês, mas sim uma espécie de paisagem labiríntica formada por diversos cumes de variados níveis.
O primeiro desses jardins foi construído ao redor do Aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, na Holanda, e foi chamado “Buitenschot Land Art Park”. O projeto é uma mistura de obra de arte, afinal é assinado pelo artista holandês Paul de Kort, e tem função prática. Segundo seus idealizadores, o jardim de 810 mil metros quadrados reduziu pela metade o nível de ruído ao redor do aeroporto. A medição é feita a partir de 35 pontos de monitoramento.
O aeroporto de Schiphol é a principal porta de entrada internacional da Holanda e também um dos maiores aeroportos da Holanda, com cerca de 1.600 pousos e decolagens todos os dias. Devido a intensa movimentação, moradores da região vem reclamando do barulho desde 2003. Segundo o site Smithsonian, o ruídos dos aviões podia ser ouvido a 30 km de distância.
Plantando o silêncio
Em 2008, enquanto buscavam uma forma de reduzir a “barulheira” de Schiphol, pesquisadores envolvidos na questão descobriram que o nível ruído diminuía nas épocas em que os agricultores da região aravam seus campos, criando sulcos no terrenos. Descobriu-se que esses desníveis absorviam o som. A partir daí bastou apenas criar uma forma “bonita” de instalar a proteção sonora, que deveria ser enorme para obter algum resultado significativo.
O desenho do Buitenschot Land Art Park do artista Paul de Kort foi inspirado na obra do físico e músico alemão do século XVIII, Ernst Chladni, que havia mostrado a relação entre as formas geométricas e os ruídos. Esse estudo hoje é conhecido como “Figuras Sonoras de Chlandini”.
De Kort criou o jardim em Amstedã com ajuda de GPS e traçou 150 sulcos 1,80 metro de profundidade. No meio dessas construções foram construídos parques e ciclovias, enquanto as partes altas foram cobertas com vegetação.
Aeroportos em outras cidades na Europa e nos Estados Unidos também estudam a possibilidade de incorporar essa exótica paisagem “acústica” ao redor de suas instalações.
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